Produção de mais de US$ 300 milhões, pensada em 1994 por James Cameron, estreia sexta com história envolvente e tecnologia de última geração.


A trama centra-se nas escolhas, seja do chefe da empresa que está atrás do unobtanium, o metal que vale US$ 20 milhões o quilo, seja da cientista, que se vende para saber mais dos nativos. A regra também vale para o general, que está louco para testar suas máquinas mortíferas, e para o soldado anônimo, o jarhead, que começa apenas como objeto de todo o processo e acaba virando seu maior protagonista.
O que mexe tanto no filme de Cameron é a capacidade do diretor/roteirista/produtor/editor de interagir com temas tão importantes para a humanidade nos dias atuais. Tudo condensado no mais tradicional e pulsante cinemão, com direito a cenas aéreas de guerra, fotografia (mesmo que seja com computação gráfica) esplendorosa e uma dose na medida certa de romantismo, fórmula já consagrada pelo mesmo diretor em “Titanic”.
Referências de um épico não faltam ao filme de Cameron. Natureza selvagem e gigantesca, quase onipresente, bandido contra mocinho na versão mais faroeste que se possa imaginar, várias tomadas de tirar o fôlego, principalmente se assistidas em 3D.Tudo muito bem casado ao roteiro frenético e de informação incessante, como se antevíssemos o final, da luta do arco-e-flecha contra os buldozers do Exército.
Mas o roteiro não nos leva a pedir pelo final, mas sim a retardá-lo, como que esperando pela solução mais equilibrada e pacífica. Isso tudo combinado com um elenco bem justo, desconhecido até, com exceção de Sigourney Weaver. O novato Sam Worthington desempenha bem o papel principal, com apoio sempre presente e sensível de Zöe Saldana, uma Neytiri que nos remete a uma amazona ou a uma valquíria do espaço.
Todas as referências estão reunidas em Pandora, um planeta exótico, selvagem, com cara de terceiro mundo ou país emergente, onde a natureza se apresenta da forma mais pura e elevada e onde um tesouro, o metal precioso, aguarda para ser retirado e fazer assim alguns homens mais bilionários do que já são.
Com uma vertiginosa direção, Cameron assina o projeto com a trama certa em torno do elo de confiança entre “selvagens” e humanos, que várias vezes trocam de lugar na película. Um soco no estômago no pensamento político que norteia as relações dos países desenvolvidos versus emergentes. Uma aula de tolerância com diálogos precisos e poderosos sobre conflitos raciais. Uma amostra de como a sustentabilidade e a política precisam sair das mesas de negociações para a realidade das sociedades. Enfim, por tudo isso, “Avatar” não precisa muito para ser chamado de épico.
Vá se preparando. O trailer já é de arrepiar:
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